domingo, 12 de maio de 2013

O Rio de Janeiro, fevereiro e março.

Minhas impressões sobre o Rio de Janeiro me fazem lembrar a todo momento da poesia "Ruas" do Drummond. Já que hoje estou escrevendo com a luz, o poeta é que dará palavras às imagens.



Por que ruas tão largas? Por que ruas tão retas?


Meu passo torto
foi regulado pelos becos tortos
de onde venho.



Não sei andar na vastidão simétrica
implacável.


Cidade grande é isso?


Cidades são passagens sinuosas
de esconde-esconde




em que as casas aparecem-desaparecem
quando bem entendem


e todo mundo acha normal.


Aqui tudo é exposto


evidente


cintilante. Aqui


obrigam-me a nascer de novo,
desarmado.

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