Agosto. Assim como o outono é uma estação mais do espírito que climática, agosto é mais o mês dos temores e dissabores que uma simples contagem do tempo que, apropriações à parte, segue seu ritmo imutável. Como uma boa crente nos assuntos do astral e das vibrações, ele nunca me passou despercebido - ou destemido. Pela primeira vez, independente do estresse pós independência ou da crise de abstinência intercambista, estamos seguindo equilibrados, o mês e eu. Como se tivéssemos feito um acordo onde ninguém fere ninguém além do que se julga justo. Tenho até medo de pronunciar esse acordo invisível e rompermos, assim, a trégua.
Fico pensando, que força é exercida sobre a gente nesses períodos tão marcantes, como o outono e Agosto, que os transformam, elevam seus significados de uma forma tão descomunal?
Mas tenho percebido...o mês já foi mais mal falado. Minha previsão, com o início, era composta por intermináveis frases de repúdio e medo atribuídos ao mês do cachorro louco, gritadas por anônimos que, ora citariam Caio Fernando Abreu, ora colocariam frases que Lispector jamais havia pronunciado sobre esses mês que nos dizeres, é impronunciável (harry potter feelings).
Sempre fui bem esperançosa com setembro. Não sei se pelas músicas, pela primavera, por ser o mês do meu aniversário. Mas, sinceramente, não sei o que esperar dele. Ano passado coloquei tantas expectativas nos seus dias que acabei frustrada. Nessa minha ignorância de quem não sabe ler os astros, aguardo setembro com a minha reza diária
Abre as janelas do meu peito.
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