A canção que toca ao fundo não desvenda nosso destino. A unica coisa definida é a mudança contínua, troca de ciclos - ou o eterno retorno? Naquele livro, se dizia que a vida é como uma peça de teatro sem direito a ensaios. E, se pensar, toda essa nossa teatralização de (re)sentimentos, gestos e vontades, não é nada mais que a sua tese.
- Quantas vidas cabem em uma só? E quantas vezes se morre e volta a tornar-se completo ou, ao menos, vivo?
Das interrogações, quero a multiplicação - para não sucumbir ao tédio. Ou as respostas em pressentimento.
Em um dia torto de vertigem, pegarei a estrada com a naturalidade de quem abre os olhos. E olharei as coisas como quem renasce. E já não será vertigem, mas a involuntária vontade de ser o que almeja - liberdade. Mas que por excesso, não se torne preso, ou limitado pela solidão. Que da pedra bruta, que julgam inlapidável, se tire a canção e que a refaça e propague - pedra transformada em vento.
Que a música que pressinto nos dizeres seja o tempo
a claridade
e a eterna fênix vagueando no universo.
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