sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

acorde só

desde o fim do fundo,
no começo do mundo,
o homem e seu deus, em conversa de reis -
cada um do seu cada qual -
ensimesmados no som,
contentes com o tom
freneticamente, se puseram a cantar.

nesse momento, o homem,
diante da exatidão do que se é
não mais o sentiu:
era agora imortal.

e o deus, diante da atemporalidade
da sua composição
sentiu
fio a fio
da sua tecitura
que no fim, a loucura,
era jamais morrer.

em sua divindade,
viu na música
a beleza de ser finito
em um acorde

só.

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